terça-feira, 27 de julho de 2010

the wonders of starbucks

Num dia de calor e sem nada para fazer, pus-me a pensar nas maravilhas do Starbucks e no bem que me sabia agora um frapuccinno de baunilha. Penso então porque caraças não tenho um Starbucks logo ali ao virar da esquina. Talvez seja por viver numa terrinha pequena, sem verdadeiros apreciadores do maravilhoso estabelecimento.

Pois bem, deixem-me que vos diga que um Starbucks é um Starbucks onde quer que seja: Munique, Thessaloniki, Chiado, Belém... Starbucks é Starbucks e não há muito a dizer. Quantas e quantas vezes vemos naquelas séries os empresários a chegar com o belo do Cappucinno ao emprego ? E nos filmes, como por exemplo The Devil Wears Prada, onde a secretária ia buscar café à patroa ? E quantas e quantas vezes desejámos ter um Starbucks mesmo à portinha de casa, para poder saborear aquele latte que, ainda que um pouco caro, nos deixa a chorar por mais ?

Ahhhh, as maravilhas do Starbucks. Entrar naquele estabelecimento e sentir o cheirinho do café, ouvir a música ambiente... Podia passar horas a tergiversar sobre este estabelecimento. Cada vez que lá entro perco a noção das horas e a vontade de sair.

O Starbucks é o spot perfeito para um encontro ao final do dia. Para as amigas porem a conversa em dia. Para animar a irmã mais velha que acabou com o namorado. O Starbucks transmite aquele feeling de calma, de estar em casa mesmo fora dela. Ahhh, Starbucks, Starbucks...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

sex sells.

Não sei se será da idade, das hormonas, ou de outra qualquer razão que desconheço, mas cada vez mais me intriga a diferença entre sexo e amor. Finalmente percebi que a diferença reside no cheiro que nos fica na pele após o acto. Um cheiro que no dia-a-dia não nos pertence. De qualquer das formas, tenho vindo a perceber que o "cheiro" só fica quando se ama. Caso contrário, será sempre apenas mindless sex.

O querido e adorado mindless sex. Porque não ? Mais cedo ou mais tarde toda a gente tem uma escapadela, ou não fosse a Cidália Dias escrever sobre o assunto. E, sem pudor nem escrúpulos, convenhamos que sabe bem. Muuuuuuito bem.

Então porque tanto problema com isso ? Ele já estava à espera, no carro, à esquina da minha rua. E enquanto descia, pensava em todas aquelas questões, todos os entraves, todos os aspectos positivos. Devia estar doida. Fuck it. Pensava no mindless sex, puro e duro. E então entrei no carro.

Não me lembrava de grande coisa para falar ou sequer pensar, muito menos quando chegámos ao destino. Era outra pessoa, eu totalmente fora de mim. Sabia o que fazia, e mesmo tendo o cérebro a funcionar a quinhentos por hora, nem de um sexto sentido precisava. Estava cada vez mais perto da catarse absoluta. E começava a saborear o momento como quem saboreia um gelado no Verão, tendo a certeza que a sensação não passaria tão cedo.

E no fim, recordo-me de uma célebre frase, muito utilizada pela Cidália: “oh god, make me good, but not yet !”. Parece-me que isto é apenas uma maneira de dizer que ainda não acabou.

Sex sells. Even better, mindless sex sells. Quanto mais não seja, uma grande dose de algo em que pensar. E ainda bem que assim é.

sábado, 3 de julho de 2010

de noite.

Sentada, com uma folha em branco à minha frente, sinto um rol de palavras na minha mente. A desfilar, presas a mim como um parasita ansioso por libertação, ou por um hóspede que o acolha. Decidi ser o hóspede, não oferecer a necessária libertação. Preciso de agarrar nas palavras e transformá-las, usá-las, sentir a sua musicalidade numa frase imperfeita desta folha meio-cheia. Começava já a pensar que nunca mais iria ter inspiração para tal, afinal, sou só uma perdida da vida, que aterrou aqui de pára-quedas sem saber muito bem de onde veio nem para onde vai.

E que não espera respostas tão cedo. Nado num mar de sentimentos, sentidos e nadas, em busca de uma resposta coerente e certa do porquê de amar. Oh, o amor. Esse bicho enorme, essa coisa esquisita que todos procuram e ninguém encontra. As cartas de amor já não se usam e o romantismo praticamente morreu. Mas continuamos à procura. E se um dia nos bater à porta ? Adivinhamos o que fazer. Sorrimos, e corremos os riscos necessários, podendo acabar com um coração partido ou... quem sabe ? Talvez encontrar o príncipe encantado.

Continuo a pensar que isto são ideias de filmes, algo que Hollywood incutiu entre nós, tal como os contos de fadas que contamos às crianças as levam a acreditar em dragões, bruxas e fadas. Talvez seja só uma céptica, ou apenas alguém que já teve o coração partido demasiadas vezes. Partido, não. Estralhaçado. Sou apenas alguém que não consegue entender a razão de um “amo-te” mentiroso. Mas sei que, algures numa gaveta da minha mente guardo espaço para acreditar. Mesmo que seja uma gaveta velha, suja e poeirenta, enterrada do meio desta confusão de sentimentos e palavras.

Mas esta noite, sinto-me pronta para acreditar. Pronta para esquecer, desenterrar a gaveta perdida e acreditar, simplesmente. Sinto-me inspirada. Sinto-me viva. Sinto-me eu.

(E já não era sem tempo.)