terça-feira, 4 de outubro de 2011

lost hours in my heart.

Toda a noite e todo o dia pensei. Pensei. E voltei a pensar. Tentava em vão arranjar palavras que encaixassem numa descrição perfeita do que é sentir, sentir o que eu sinto. Sentir o que sinto por ti. Algures entre o chá e os bolinhos, cheguei finalmente à conclusão que nenhuma palavra será boa o suficiente. Nenhuma palavra encaixará, porque tudo o que és e significas merece muito mais e melhor que reles palavras. No entanto continuo a pensar: poderei, eventualmente, conseguir dar a volta ao texto.

6h. Acordo. Pouco falta para amanhecer, ainda está escuro. O despertador deixa-me atarantada, e volto-lhe costas na esperança que se cale sozinho. Estico o braço e procuro por ti, apenas para chegar à conclusão que o sonho da noite anterior não passava disso mesmo. Penso em centenas de banalidades matinais, como que raio irei vestir ou comer esta manhã. Se estivesses aqui, esqueceria tudo isto. Contigo, o meu lado humano fica como que desactivado - não me apetece comer, dormir ou perder tempo com as mesmas coisas banais e comuns a todos os mortais. Ocupas-te e encarregas-te, sem esforço, de recarregar a minha alma e o meu coração com as baterias necessárias para fazer o que quer que seja. É quase como uma vitamina, que me faz sentir como uma espécie de super-herói da B.D, que salva o mundo one day at a time.

7h. A caminho da cidade, e já completamente desperta, sorrio. Ou porque uma musica me fez lembrar de ti, ou porque me recordo, simplesmente, do teu sorriso. Dos teus olhos meigos e sinceros. Dou por mim a pensar, como é que alguém dotado de tamanha beleza se digna sequer a olhar para alguém como eu - pensamento de imediato apagado, graças a três letrinhas com "tracinho te" que uma vez pronunciaste. Três letrinhas essas que, associadas a ti, significam mais que todo o universo para mim. Mentalmente, respondo que "eu também", sorrindo.

13h. As manhãs são de facto muito produtivas. Com todas as energias do mundo, organizei papéis, escrevi notas diversas, respondi a questões, carreguei em botões - enfim, toda a espécie de coisas que podia e devia ter feito. É um facto que me esforcei por manter a cabeça ocupada, para o tempo passar mais rápido e poder evitar sentir tanto a tua falta. De nada serve - sinto saudades na mesma. O almoço é silencioso, e a minha mente enche-se rapidamente com tudo o que a nós diz respeito - e sinto-te mais próximo que nunca. Interrogo-me se pensarás o mesmo, ou o que pensas e sentes em relação a este nós, a esta nuvem que criámos. E o dia continua.

18h. Tenho a sensação que as viagens até casa são cada vez mais longas. Começo a ficar verdadeiramente impaciente, porque em pouco tempo (dependendo da disponibilidade, e se o Benfica não jogar) vou regressar à nuvem onde tu também estás.

Continuo perdida nos meus pensamentos. Penso que não fiz rigorosamente nada de jeito o dia todo, não produzi nada, não criei. Alimentei-me de pensamentos e ideias soltas, recarreguei baterias através do enorme sol qu és tu. Partilhei tudo o que tenho, tudo o que sinto, tudo o que penso. E sinto-me orgulhosa - porque o partilhei contigo.