“Parecia um filme a preto e branco. Ao fundo, no cimo do monte, avistava-se uma grande mansão vitoriana. Uma cena fantasmagórica. Há muito que não se via uma única alma rondando a enorme casa, até hoje.
Uma vela acesa no segundo andar. Avistam-se sombras, não, é apenas uma pessoa. Como é que nunca se deu por ela? Parece que tem estado ali desde sempre…”
Dentro da casa reina a escuridão. Acendi uma vela, no quarto dos espelhos do segundo andar, mas tenho medo que alguém me veja. Este quarto está forrado a espelhos. Vejo o meu reflexo, sombras, a minha alma, o que me destrói e o que me constrói.
Vou-me arrastando a passos largos pelo quarto, sentindo-me só pela primeira vez desde que aqui estou. Fecho os olhos e penso em toda a minha vida, tento recordar-me dos momentos mais felizes.
E, ainda com os olhos fechados, sinto-me a partir um dos espelhos. Desfez-se em cacos. Apanho um deles e é lá que vejo o meu reflexo agora. Mas não é isto que sou. Pensando bem, não me sinto só. Não sinto rigorosamente nada. Estou oca. Preciso desesperadamente de sentir algo.
Encosto o pedaço de espelho partido ao pescoço. Não, não me parece que seja capaz. Encosto-o ao braço e abro os olhos. Olho para o chão, está pintado de vermelho.
E é então que me começo a sentir viva pela primeira vez em muito tempo, viva como o vermelho do sangue quente que me escorre pelas mãos.
Inês Retorta 24.Mar.2008
3 comentários:
Perfeito... *.*
Mas não te percas por essa casa, não te percas nesse quarto de espelhos, não deixes que o teu sangue escorra e que a tua vida fique pintalgada de vermelho... Luta para se feliz... Irás conseguir ;)
um beijinhu grande e força miga*
^^
obrigada por visitares o meu cantinhoo
beijinho
oi.. bem espero mm k isso nao seja um relato d um akntecimento teu........
bjs..
apesar dexe acntecimento, esta mt bem escrito, parabens ^^
bjO*,
Shyva
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