quinta-feira, 21 de agosto de 2008

a vida

Quem sou eu afinal? A poetisa das noites mais duras e mais frias, aquela que ninguém quer e sobre quem ninguém fala… Os meus textos são apenas meros reflexos de um espelho a que gosto de chamar a vida. Reflectidos em palavras que podem ser tão belas, ou tão horrendas como a vida em si.

Afinal, o que faço aqui? Nem eu sei. Espero por alguém que leia um dia algo que escrevi e pense “bolas, esta sabe escrever”. Não, não pretendo fama em nenhuma das suas acepções. Sou apenas aquela que estima os outros mas que ninguém estima, que se sente maltratada pelo mundo e por aqueles que a rodeiam, sem nunca perder aquela curiosidade que faz de mim uma pessoa esquisita mas fantástica.

Sim, fantástica. Não sou egocêntrica, mas neste contexto, a palavra apenas me parece adequada. Amo a vida em todas as suas formas. Já passei por muito, é verdade. Mas nunca perdi a vontade nem a curiosidade de aprender este mundo que me rodeia. Aprender o mundo, aprender as pessoas. Aprender a vida.

Viver pode ser a coisa mais maravilhosa do mundo. Basta aprender a fazê-lo. E, primeiro que o façamos, caímos e voltamos a levantar-nos. Aprendemos a cair. Apenas depois aprendemos a vida, aprendemos a viver. Todos nós procuramos desesperadamente uma maneira de nos livrarmos das quedas. Mas terá essa maneira que procuramos de passar necessariamente pelo caminho mais difícil? Teremos de forçar a Morte para o conseguirmos? Talvez desafiar a vida? Não sei. Passei por todas elas, e talvez ainda não tenha acabado. Mas, finalmente, começo a perceber que sentido dar à minha vida, a esta viagem que amo.

Se tudo aquilo por que passei até agora não me levaram a forçar a Morte (bem, talvez quase), apenas me fizeram mais forte. E, cada dia que passa por mim a uma velocidade alucinante sinto mais um pouco dessa força. Chama-se atravessar a estrada da vida. Do caminho mais difícil para o caminho mais fácil. Há um tempo atrás, conhecia-me a mim mesma do lado errado da estrada, do caminho mais difícil. Agora que me sinto mais forte, agora que começo a sentir verdadeiramente o que é a vida, vou a meio da estrada. Em direcção ao caminho mais fácil…

Inês Retorta 7.Abr.2008

1 comentário:

* Blueberry * disse...

Podes ter a certeza Absoluta que és uma pessoa fantástica.
. Por vezes na vida, as pessoas estão a tal ponto embrenhadas em si próprias e nos seu problemas que se esquecem dos outros.
. Por vezes parece que não dão valor, respeito e a importância que os outros merecem.
Seja de propósito ou não, isso magoa. E muito.

Mas temos é que ser nós próprios acima de tudo! Nunca deixar que palavras ou actos nos derrubem e destruam a nossa auto-estima e confiança.
Compreendo perfeitamente[mais do que tu possas imaginar] como te sentes: como o mundo é tão cruel e como é que todos te abandonaram?...

No entanto, quando finalmente recebemos o devido valor, tudo se torna diferente. A felicidade assola-nos e sentimos que nunca mais vamos perder essa pessoa tão especial que apareceu e nos apoiou; ajudou; deu a mão, o tempo, a presença por nós: um amigo.

E esses sim, os verdadeiros amigos rtazem nos um sentido para a nossa existência, há muito perdido, esquecido, abandonado.