domingo, 24 de agosto de 2008

amor vs. desilusão

Afinal, para que precisamos do amor? Traz-nos as maiores desilusões, faz-nos sofrer. A verdade é que o amor nos faz falta. Pelo menos, àqueles que possuem um coração e pretendem fazer algum uso dele. Mas continuo sem entender, para quê?

O amor é bem capaz de nos estragar a vida. Conheço muito boa gente que seria capaz de deitar a vida para o lixo por amor. Este energúmeno, o amor, leva-nos acreditar em tudo. A criar uma fantasia tão imensa e tão intensa, que ao fim de um tempo pensamos que é real. E isso estraga-nos a vida. Dá-nos cabo do espírito, arruína-nos a alma. E continuo sem perceber qual a sua finalidade, se só causa estragos…

É claro que há pessoas que se transformam com o amor. Acendem um fogo novo, descobrem a Novidade, ficam com um brilhozinho especial nos olhos. O pior é quando, de um momento para o outro, tudo isso desaparece…

O mundo desaba. Cai-nos em cima, literalmente. Depois disto o que vem? Vem o drama, o choro, a depressão. Ficamos a chafurdar na auto-comiseração. E para quê? Ou, melhor, porquê? Por causa do amor. Única e exclusivamente o amor.

É por isso que agora começo a perceber, que, apesar de ser das coisas mais belas do mundo, há muitos que não a têm. E porquê? Porque o mundo assim o obriga.

Todos acabamos por nos entregar, mais cedo ou mais tarde. E tudo nos pode parecer o mais fabuloso possível quando amamos e somos amados. Quando descobrimos “o outro em nós e nós no outro”, como outrora alguém disse.

No entanto, quando tudo se acaba, sentimos que nos entregamos ao lixo. Não tenho maneira melhor de o descrever. Passado algum tempo, depois de entregarmos de todo a nossa vida a alguém em quem confiamos, somos deitados à rua como seres desprovidos de qualquer sentimento.

E em alturas como esta, cada um deve interrogar-se se a vida vale a pena. Ou então, interrogar-se se, no meio do seu altruísmo haverá espaço para algum egocentrismo. Isto porque uma pessoa não pode dar tudo da sua alma, da sua mente, do seu espírito a outros, sem parar um pouco para pensar em si mesma.

Um pouco de egocentrismo faz bem a todos. Se estivermos sempre e constantemente preocupados com o bem-estar dos outros, sentimo-nos seres sem alma, pois não paramos nem um minuto para pensar em nós.

E é assim o amor. Cruel ciência do mais impuro coração…
Inês Retorta 18. Abr. 2008

3 comentários:

Shyva*Nerfertiti disse...

"O mundo desaba. Cai-nos em cima, literalmente. Depois disto o que vem? Vem o drama, o choro, a depressão. Ficamos a chafurdar na auto-comiseração. E para quê? Ou, melhor, porquê? Por causa do amor. Única e exclusivamente o amor. "


ola linda..
aki tou eu a comentar.. eu aj t dxe o k axo do teu blog no msn.. axei k era um grand comntario..

e dgo.t k n concordo cm essa frase...

qd duas pessoas se amam...o amor nao é assim...qd tudo é honesto dos dois lados, o amor nao é culpado de nda.. as pessoas sim... o amor nao...
o amor é apenas um sentimento... cabe-t a ti geri-lo e sabr lidar com ele.. a ti e ao teu companheiro, claro. o amor n é nem pode ser um monstro destrutivo assim.. magoa, sim... mas a clpa n pode ser atribuida a um sentimento...
a um sentimento q mts, tal como eu, o consideram o mais lindo do mundo..


bjs, Shyva*

anónimo disse...

"O amor é bem capaz de nos estragar a vida. Conheço muito boa gente que seria capaz de deitar a vida para o lixo por amor. Este energúmeno, o amor, leva-nos acreditar em tudo. A criar uma fantasia tão imensa e tão intensa, que ao fim de um tempo pensamos que é real. E isso estraga-nos a vida. Dá-nos cabo do espírito, arruína-nos a alma. E continuo sem perceber qual a sua finalidade, se só causa estragos…"

O que seria de uma pessoa se não criasse essas "fantasias" ?! Se não acreditasse no amor ?! O amor é talvez o sentimento mais lindo do mundo senão mesmo o mais lindo e só é vivido intensamente talvez uma vez na vida, pode magoar e fazer-nos sofrer eu sei que sim, mas também nos faz sorrir, acordar todos os dias feliz… EU SERIA CAPAZ DE FAZER AS MELHORES COISAS POR AMOR…

“E é assim o amor. Cruel ciência do mais impuro coração…”

Odiei essa frase, o amor não é cruel !

Unknown disse...

Em resposta ao anterior comentário (e descansem que não vou transformar isto num chat...):

sim, é verdade o amor faz-nos felizes. Nunca na vida diria que não é o sentimento mais belo, mais lindo, mais... tudo. Porque também é o que nos faz mais sofrer. Talvez tu tenhas alguém que te ame e acordes todos os dias feliz ao lado dessa pessoa. Eu não tenho isso. Nunca tive. Ainda sou nova e tenho tempo para isso, eu sei, mas... Gostava de experimentar a sensação de me sentir realmente feliz. E, ao amar tanto uma pessoa que não corresponde, que não me foi destinada... Sinto que todo o meu amor foi deitado ao lixo. Sinto-me mal. O amor é um sentimento, é verdade. Mas é difícil de lidar com ele, impossível de prever e, algumas vezes, esquecer.


E sim, eu também seria capaz de muita coisa por amor. Poderia correr mundos e fundos. Viver a minha fantasia. Mas, e se um dia tudo acaba? O desgosto é ultrapassável, claro. Mas será que o amor permanece? Acaba assim, de um momento para o outro?

Ao ler o teu comentário, senti que não compreendeste a fundo o que eu queria dizer com as minhas palavras.

O amor faz-nos pensar no impossível. Levanta-nos do chão e talvez nos faça sentir flutuar. No entanto se de um momento para o outro nos vemos obrigados a assentar os pés na terra... Percebes agora o meu ponto de vista? O amor anda de braço dado com a desilusão. Umas vezes temos sorte, o amor é para a vida e nunca nos larga. Mas outras... Amar e não ser amado, estar com alguém que julgamos que nos ama e no entanto...

Com o amor chega a desconfiança e o medo que a fantasia acabe.

Mas o amor é de facto a coisa mais bela do mundo.

Como decerto já compreendeste, referia-me ao fim de tudo, não ao durante nem ao início.

Mais uma coisa... Eu não disse que o amor era cruel. Disse sim que era uma "cruel ciência do mais impuro coração". Há muitas pessoas que o querem e não o têm. Muita gente que nem tem o amor de uma família. E no entanto são pessoas, e como tal, capazes de o sentir como qualquer outra.

Eu tenho coração, e o meu coração sofre e chora como nenhum outro. Pelos males do mundo, pela dor que causa um amor não correspondido, pelo que se passa em casa, por tudo. Sou capaz de sofrer por mim e pelos outros.

Desculpa pelo tom da minha resposta, mas senti que dizias que eu era um ser desprovido de coração, da capacidade de amar...