quarta-feira, 13 de abril de 2011

horas esquecidas.

Meia-noite.

Não sei o que fazer. Às voltas na cama, penso em como realmente penso demasiado. Não consigo dormir, mesmo no escuro, a luz é excessiva e consigo descrutinar perfeitamente cada pormenor do tecto do quarto. Viro-me para o outro lado. Com o cérebro a mil à hora, penso em centenas de discursos para fazer, formas de me expressar que, talvez, sejam meras palavras perdidas no tempo. Penso em como não estou a fazer sentido absolutamente nenhum, e começo à procura. Procuro algo que responda a todas as minhas dúvidas, algo que explique o motivo da insónia e da dor de pensar.

Uma da manhã.

Continuo sem saber o que fazer. Enquanto cavo um gigantesco poço mental, pensamentos diversos saem em tropelia, a desafiar-me para um jogo que eu não posso nem quero jogar. Penso em comome chateia bestialmente não conseguir dormir, em como afinal a felicidade dura pouco e, por fim, como o amor se ri sempre na nossa cara.


Tendo começado por dissertar acerca do mal que faz pensar e da irritação que traz a insónia, nem sei como vim acabar a falar do amor. Talvez seja essa a origem de tudo aquilo em que penso esta noite. Esse bicho estranho que é o amor.

Duas da manhã.

Vou resumir isto ao máximo. Já me estou a alongar demasiado nos pensamentos e não gosto lá muito da ideia de me pôr a discursar sobre questões como o amor – ou seja, que não têm discussão possível. Já disse tudo o que tinha a dizer sobre o amor, e agora que penso nisso, já enjoa. Fico doente só de pensar. No entanto não sou capaz de parar. O que me remete novamente para a origem desta verborreia toda.

Três da manhã.


A origem és tu. Só pode ser, não vejo outra explicação. Tiras-me o sono, fazes-me pensar em coisas lamechas, deixas-me exausta e totalmente desesperada. Neste momento estou desesperada, todo o silêncio à minha volta faz-me pensar que afinal... Não, não quero pensar nisso. Faz com que acabe, o desepero não é bonito. Só uma palavra, cinco minutos do teu tempo chegavam. Só isso. A saudade mata.

Quatro da manhã.

Passou a revolta e a choradeira. O tecto fica menos claro, a luz começa a desaparecer devagar. E, livre finalmente das amarras cerebrais, adormeço. Já não era sem tempo.

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