Nada é a sério. É sempre tudo uma grande brincadeira, leva-se tudo até ao ponto em que alguém do outro lado já não aguenta, porque é tão emocionalmente frágil e abusada que fica facilmente saturada. Podes brincar mais um bocado, estraga o resto, já agora. Só peço é que o faças com aviso prévio. Não digas algo que não sentes só para tentares fazer alguém feliz. Nunca o faças. Não brinques com sentimentos, emoções. Serão sempre mais poderosos que tu. Especialmente o amor. É um jogo, um filho da puta de um jogo. E quem brinca com o fogo, queima-se.
Não acredites nunca no “para sempre”, apenas porque naquele momento és feliz. Os contos de fadas não existem, e se és feliz num momento, no outro que se segue a pessoa que amas pode desiludir-te. E ficas sozinho, com o coração a transformar-se em pedra. Culpas a pessoa que estava contigo, porque foi ela, sim, ela, que pôs o teu coração assim. Mas a culpa é tua, por teres sido ingénuo e teres acreditado que podias ser feliz para sempre. Liberta-te disso. À cautela, da próxima vez que entregares o teu coração, fá-lo a alguém que saibas que não te vai magoar nunca. Alguém disposto a mantê-lo seguro, a guardá-lo. Alguém que não brinque com o fogo. Alguém diferente de ti.
Brinca mais, estraga o resto. Arranca o meu coração, e deixa-me aqui. Se o teu coração é de pedra, o meu é completamente o oposto. Sou demasiado sensível. Caio com demasiada facilidade. Sou ingénua, mas não o suficiente para brincar com o amor. Simplesmente, não acredito que exista. Não acredito no “para sempre” nem acredito em contos de fadas. Ninguém é de ninguém para todo o sempre, haverá sempre algo ou alguém que muda. Nem que seja apenas o tempo. Mas, apesar desta minha frieza e crueldade para com esse energúmeno que é o amor, acho que cá no fundo ainda espero que exista. Queres saber porque sou assim ? É óbvio, não é ? Tenho o coração partido. Rasgado, pisado, estragado. Magoado. Já está assim há muito tempo e nunca ninguém se dispôs a curá-lo. A culpa foi minha, por ter sido ingénua e acreditado no amor. Mas ainda sou capaz de sentir.
Quando digo que te adoro, é o que sinto. Quando escrevo, mais ainda. Por isso, acredita...
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